Escorpião

escorpiao

Os Escorpiões, não são propriamente insetos, são do grupo dos aracnídeos. O escorpião tem glândulas de veneno e um ferrão pontiagudo localizado na cauda e está relacionado no grande grupo de animais venenosos, que para se defender e atacar, desenvolveram habilidade de produzir substâncias químicas poderosas, sendo capazes de gerar diferentes tipos de reação orgânica no animal ou ser humano quando as injetam, geralmente acompanhada de muita dor.

A picada do escorpião amarelo ( Tityus serrulatus) em crianças de pouca idade, e consequentemente pouco peso, pode evoluir rapidamente para uma intoxicação muito grave. A picada do escorpião preto (Tityus bahienses) é muito dolorosa mas dificilmente mata”.

Hoje já são reconhecidas cerca de 1.400 espécies e sub-espécies de escorpiões, distribuídas em 116 gêneros diferentes. Podem ser achados nos Alpes suíços, nas imensas planícies canadenses, infestam pequenas e grandes cidades, abundam na floresta Amazônica, escondem-se entre pedras de desertos como o de Takama no México, Mojave nos Estados Unidos ou Saara na Africa; proliferam na Oceania, assustam na Asia, ferroam na Europa. Todavia, apresentam preferência por climas quentes e buscam terrenos mais áridos e pedregosos onde ocorrem com uma grande diversidade de espécies.

No Brasil, os escorpiões, em alguns lugares também chamados de “lacraus”, distribuem-se por quase todo o território nacional, variando as espécies principais segundo as regiões. Assim, apenas o gênero Tityus (pronuncia-se “ticius”), aquele de maior importância médica em nosso país,  teríamos a seguinte distribuição:

  • Tityus serrulatus : Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia, Rio Janeiro, São Paulo, Paraná, Goiás e Mato Grosso do Sul.
  • Tityus bahienses : de Minas Gerais a Santa Catarina, Mato Grosso do Sul.
  • Tityus stigmums e Tityus metjendus : Nordeste.
  • Tityus costatus : Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

MORFOLOGIA E BIOLOGIA

Seu corpo varia bastante de cor conforme a espécie, indo do amarelo palha ao negro total, passando por amarelo-avermelhado, vermelho-amarronzado, marrom e tons de verde ou azul. No Brasil, ficam entre o amarelo, o marrom, toques de preto e até o preto total.

Os escorpiões, segundo a espécie, tem 2 olhos localizados numa pequena depressão situada no centro da parte superior do cefalotórax. Falando em reprodução, os escorpiões não põem ovos; o nascimento dos filhotes efetua-se. Por meio de um parto apos uma longa gestação, algo em tomo de dois meses e meio, a três meses. O número de filhotes por ninhada varia segundo a espécie, e de fêmea para fêmea dentro da mesma espécie; para o T. serrulatus e o T. bahienses, é comum ninhadas com cerca de 20 filhotes. Na hora do parto, a fêmea ergue seu corpo do chão distendendo as patas, os filhotes são expelidos pela fenda genital, desembaraçam-se, e sem tocar o chão, sobem às costas da mãe onde permanecerão por uma ou duas semanas. Nessa idade, os filhotes não tem unhas como os adultos. Se caírem, são imediatamente capturados pela mãe que alegremente os engole sem cerimônias.

Tityus serrulatus: (escorpião amarelo)

  • Colorido geral: amarelo claro. Tronco, dedo das mãos e último segmento da cauda: escuros. Pernas e palpos ( braços): sem manchas escuras.
  • Terceiro e quarto segmento da “cauda” com 4 ou 5 dentinhos formando uma pequena serra do lado dorsal.
  • Adultos com 7 cm de corpo. Só há fêmeas.

Tityus bahienses: (escorpião marrom ou preto)

  • Colorido geral: marrom-avermelhado escuro. Palpos (braços) e pemas com manchas escuras. O macho tem as mãos claras, mas os dedos são escuros.
  • Não tem serrinha no quarto segmento da “cauda”.
  • Adultos com 7 cm de corpo. Machos com mãos volumosas.

Tityus stigmurus:

  • Colorido geral: amarelo claro com o tronco escuro, assemelhando-se ao T. serrulatus do qual difere por apresentar uma faixa de manchas escuras mediana sobre os segmentos do corpo e um triangulo negro na sua casca protetora, com a base voltada para a frente.
  • O terceiro e o quarto segmento do metassoma (“cauda”), apresentam uma serrinha de um ou dois dentes.
  • Adultos com 6 ou 7 cm de comprimento. Há machos e fêmeas.

O VENENO, OS ACIDENTES E O TRATAMENTO

São chamados de peçonhentos todos animais que não apenas produzem veneno como também possuem estruturas capazes de inoculá-lo em suas vítimas. Isso deixa os sapos de fora, por exemplo.

Há espécies de escorpiões cuja a peçonha (veneno ) não causa efeitos maiores do que os provocados por picadas de abelhas comuns. Por outro lado, se o ferrão atingir, por exemplo, partes mais duras do corpo de uma pessoa, tais como porções calejadas das mãos, da sola dos pés dos que costumam andar descalços, o ferrão não consegue penetrar mais profundamente e os efeitos do veneno são assim minorizados. Pode acontecer também que as vesículas do escorpião já estejam descarregadas no momento de ferroar uma pessoa, por já ter recentemente, utilizado a peçonha.

Não obstante, há outras espécies cuja peçonha é fortemente ativa mesmo com seres humanos adultos, razão pela qual assumem importância médica. Os acidentes com escorpiões podem ser classificados em:

  • Acidente leve: quando praticamente só ocorre o quadro doloroso; pode haver taquicardia, certa agitação, mas tratam-se de manifestação geralmente associadas mais à dor e à ansiedade do que propriamente um efeito do veneno.
  • Acidente moderado: além dos sinais acima mencionados, obseva-se suores, calafrios, salivação excessiva, eventuais vômitos, taquicardia, respiração ofegante e subida da pressão.
  • Acidente grave: dor local (as vezes elevada pela intensidade dos demais sintomas), vômitos frequentes, náuseas, salivação abundante, suores, agitação intensa, queda da temperatura, taquicardia, subida de pressão, respiração ofegante, espasmos muscuslares, tremores e até convulsões.

Esses quadros podem evoluir para estágios mais graves com edema agudo dos pulmões, até atingir o colapso cardiorrespiratório, prostração, coma e morte.

Essas manifestações gerais, quando presentes, aparecem já nas primeiras duas horas após o acidente e, mais raramente, após a quarta hora. Felizmente, na grande maioria dos casos de escorpionismo, ocorre apenas a dor local, caracterizando o caso leve.

O tratamento nos casos de escorpionismo é totalmente dependente de orientação e assistência medica, pois há que ser feita uma avaliação clínica completa do caso.

Em linhas gerais, o tratamento ao acidente escorpiônico deve:

  • Combater a dor: – através de analgésicos por via oral, intramuscular ou mesmo endovenosa. Anestésicos locais aplicados no local da picada ou sob a forma de bloqueio, constituem tratamento eficiente. O combate à dor em geral, já é suficiente para o tratamento de quase todos os casos leves e, em adultos, para a maioria dos casos moderados.
  • Hospitalização e monitoramento: – em casos mais graves é preciso acompanhar através de aparelhos as funções cardio-circulatórias e respiratórias.

PREVENÇÃO

O escorpionismo pode ser prevenido através de uma série de cuidados e medidas que diminuem grandemente o risco de contato direto involuntário com um escorpião, como por exemplo:

1 ) Não por as mãos nuas em buracos no solo, sob pedras, troncos podres ou pedaços de madeira, tijolos e telhas empilhadas. Em regiões sabidamente escorpiônicas, deve-se proteger as mãos com luvas de raspa de couro para executar as tarefas acima.

2) Evitar o acúmulo de materiais, entulhos e restos de construção próximos às residências. Nos jardins, evitar folhagens densas (trepadeiras, bananeiras, etc) junto às casas e manter a grama aparada.

3) Em regiões escorpiônicas principalmente, a telagem dos ralos ou qualquer outra forma de sua vedação, impedirá uma de suas principais vias de penetração nas residências. Sua lavagem com água quente pode contribuir muito para evitar o problema.

4) Manter as residências livres de baratas, um dos principais alimentos dos escorpiões nos centros urbanos. Manejar corretamente o lixo doméstico para que não crie baratas que possam atrair escorpiões.

5) Em zonas rurais e casas de campo, atenção com pilhas de lenha e sacudir roupas e sapatos antes de usá-los. Colocar as camas a, no mínimo,10 cm das paredes.

O escorpião é astucioso. Pode esperar escondido dias, semanas, meses; pode simular uma perfeita ausência, principalmente no inverno e nos seus meses precedentes e seguintes. De repente, no verão, ele aparece dentro dos globos de luz pendentes do teto, no banheiro completamente azulejado e ladrilhado, em tomo do tanque ou no quintal.

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